
O Prêmio Criativos Escola + Natureza anuncia hoje (5), em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, os seis projetos premiados da edição de 2025. O projeto “Protótipo de Sistema de Reúso de Água na promoção da sustentabilidade e o uso responsável dos recursos naturais”, representando o bioma do Cerrado, é uma das seis iniciativas premiadas. Desenvolvido por alunos do 1º e 3º anos do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, em Codó, o protótipo inclui captação, filtragem e redistribuição de água para usos não potáveis, como irrigação e descarga de sanitários. O sistema, já parcialmente implantado, vem beneficiando mais de 200 pessoas, dentro e fora da comunidade escolar.
A ideia do projeto surgiu a partir da observação cotidiana do desperdício de água nos bebedouros da escola. Foi aí que o grupo, formado pelos estudantes Anna Laura Silva, Nycolas Marques, Marcos Santos e Emilly Mesquita, e orientado pelos professores Vívian Alessandra Vieira de Carvalho Sousa, Danilo Lima Falcão e Fernando Wesley Pinheiro Brito, criou um sistema de reúso de água com o objetivo de oferecer impacto positivo no gerenciamento de recursos naturais.
Inicialmente, os estudantes criaram uma planta para a instalação do protótipo, que foi apresentado à comunidade. Depois, realizaram um estudo preliminar sobre o fluxo e o desperdício de água, seguido pelo planejamento técnico que definiu a capacidade de armazenamento, o sistema de energia solar e as especificações da bomba de água. Parte do sistema de captação de água em pias e bebedouros já foi instalada, assim como a filtragem de resíduos sólidos. Também foi implementado um sistema de controle automatizado para monitorar o nível da água. O projeto propõe um sistema de reaproveitamento para captar, filtrar e redistribuir a água para usos como irrigação e descargas.

Com foco na sustentabilidade, o protótipo tem uma proposta funcional, integrando tecnologias íveis e práticas educativas para contribuir no cotidiano da comunidade escolar. Além disso, a equipe buscou parcerias com empresas e instituições para fortalecer a iniciativa. A replicabilidade é um destaque do projeto, assim como sua continuidade, que conta com a participação de ex-alunos que se tornaram universitários.
“Nosso grupo pretende ampliar o sistema com a implementação de um filtro robotizado para aprimorar a purificação da água com sensores e detectar qualidade físico-química e microbiológica constantemente. Também pensamos em confeccionar pastilhas purificadoras, que podem ser comercializadas ou distribuídas para uso doméstico em comunidades com o limitado à água potável. Queremos também expandir esse sistema até a horta da escola, que produz alimentos e ervas. A intenção é também aproveitar a água na confecção de itens como desinfetantes, sabões e amaciantes”, diz Vívian Sousa, uma das educadoras responsáveis pelo projeto.
Além desse projeto, a premiação também reconheceu mais cinco iniciativas: “O diálogo com a natureza: Povos indígenas da Amazônia e a sustentabilidade”, vencedora da Amazônia; “Filtropinha: dos resíduos aos recursos”, vencedora do bioma Caatinga; “Ecotech”, vencedora da Mata Atlântica; “Colocar o coração no ritmo da Terra: reflorestando mentes e corações”, vencedora do Pampa; e “Queimadas no Pantanal”, vencedora do Pantanal.
Um dos grandes destaques desta edição do Prêmio Criativos Escola + Natureza é que os projetos vencedores não apenas receberão reconhecimento nacional mas, também, viverão uma experiência inédita de participação em evento de incidência política na agenda ambiental: até três estudantes de cada grupo premiado e um educador participarão de atividades relacionadas à COP30 e podem, ainda, participar de uma experiência a ser realizada em parceria com Greenpeace Brasil. O grupo receberá um prêmio de R$ 12 mil — sendo R$ 10 mil para a continuidade do projeto e R$ 2 mil para o educador responsável.
“A participação de crianças e adolescentes no Prêmio Criativos Escola + Natureza mostra as soluções propostas por quem está nas escolas, nos territórios e vive, na pele, os impactos das mudanças ambientais. Ao fortalecer projetos criativos e profundamente conectados com as realidades locais, o prêmio reconhece não só soluções para os desafios do presente, mas também formas de garantir um futuro com mais empatia e respeito à natureza. É fundamental dar visibilidade ao protagonismo estudantil porque é com a força da escuta, da colaboração e da imaginação que transformações reais começam a acontecer”, diz Ana Claudia Leite, especialista em educação e culturas infantis do Instituto Alana.
Esta edição recebeu 1.593 inscrições, engajando mais de 60 mil estudantes e 5.300 educadores de 738 municípios brasileiros. Entre os projetos inscritos, 468 incluíram estudantes com deficiência, e mais de 90% das propostas vieram de escolas públicas — com forte presença de instituições estaduais (51%) e municipais (33,2%). Escolas federais, privadas e organizações da sociedade civil também marcaram presença na premiação.
Sobre o Alana
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