Os registros de violência no Maranhão dispararam nos primeiros três meses de 2025, com um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano ado.
Ao todo, foram registrados 126 casos de crimes contra a vida, com destaque para o mês de janeiro, quando o Maranhão registrou o maior número de homicídios em cinco anos, com 38 pessoas assassinadas.
O criminalista Maurício Fraga disse que esse crescimento está diretamente ligado ao avanço das organizações criminosas na região, à ausência de políticas públicas eficientes e a um modelo de segurança pública que, segundo ele, aposta na repressão e no confronto, e não na prevenção.
“Há atuação de facções, problemas sociais e socioeconômicos que contribuem para a escalada da violência. É preciso entender essas múltiplas frentes para oferecer respostas eficazes”, afirma Maurício Fraga.
Estudante assassinado
Um dos casos que mais chamou a atenção ocorreu em uma comunidade de São Luís, envolvendo um adolescente de 16 anos. Pedro Ricardo foi vítima de uma abordagem policial que terminou com um tiro nas costas enquanto ele voltava do velório de um amigo.
Segundo relatos da família, Pedro foi assustado com a aproximação de uma viatura e, ao não parar sua motocicleta, foi atingido pela polícia. Ele foi socorrido, mas morreu dois dias depois no hospital.
A Polícia Militar afirmou que o caso está sendo investigado e que os policiais envolvidos foram afastados, as armas apreendidas e um procedimento interno foi instaurado.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que realiza operações frequentes para apreensão de drogas, armas e suspeitos, enquanto a Polícia Civil continua investigando a morte do jovem.
No entanto, na comunidade e na escola, a sensação de insegurança é constante. Muitos moradores e estudantes manifestam medo e descrença na efetividade das ações de segurança pública.
“O que a segurança do Maranhão vai nos mostrar enquanto resposta para tudo isso?”, questiona desolado o professor de Artes, Kevson Moura.